quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Um homem no fim do universo.


Este conto foi feito pelo meu irmão, esse é parte de uma séries de contos que ele esta escrevendo, espero que gostem

Feito por: Gabriel Raauvendaal

Um homem no fim do universo.

Certa vez o viajante interplanetário se deparou com slov-t, um pequeno humanoide de pele pálida, longos cabelos prateados de corpo mirrado, de suas costas crescera um Tumor de Kutta (nome dado a um parasitóide que habita em uma das luas de Kutta em Delfos 15), seu tumor atingira já seus 800 anos de idade, apenas naquele corpo, enquanto o velho humanoide devia estar na casa dos milhares, o tumor crescera em suas costas, de forma que com roupas parece ser uma corcunda, o viajante já sabia o que iria encontrar, mas não tinha ideia de tamanha repulsa que sentiria ao finalmente encontra-lo. O ser deformado não conseguia conter a saliva dentro de sua boca, os poucos dentes que tinha, havia crescido tortos um em cima do outro, um dos olhos era totalmente branco, enquanto o outro era esverdeado, um braço atrofiado agarrava as costas do humanoide. O velho humanoide estende sua mão em direção ao viajante, o viajante pega de seu bolso 3 cristais de Milttia e coloca nas mãos do velho. O velho então se curva como se estivesse reverenciando um rei e então o tumor se ergue balbuciando palavrões em diversas línguas ao mesmo tempo.

- Quem me despertas, de meu tormento? Pergunta o tumor deixando escorrer um liquido esverdeado de sua boca nas costas do velho. - Vim atrás de respostas. O viajante respondeu.

- Faça, mas lembra-te que tens o direito apenas a uma questão. Retrucou o tumor. - Sei que é imortal, que já viveu em outros corpos antes de crescer nesse e ainda não conhece a morte, tem respostas para quase tudo, mas não para a morte, então me responda: Qual é o sentido da vida? O tumor olhou bem para o viajante, deu um leve sorriso e disse:
- A resposta para tua pergunta és simples, o sentido da vida na certa é a morte. Todo e qualquer ser vivente no universo, mesmo imortal, pode experimentar a morte, vivemos para um dia morrer, e por um dia morrer vivemos o quanto podemos, deixando herdeiros, legados para trás na esperança que um pouco de nós seja deixado para trás, mas a morte, é algo certo para todos nós, para alguns pode vir cedo, para outros muito tarde, mas na vida a morte é a única que não falha.

O viajante ficou ali alguns minutos remoendo em sua mente o que o tumor lhe disse, então pegou uma injeção de disetilina e apunhalou o lado esquerdo do peito, seus batimentos começaram a diminuir drasticamente, até que em fim veio a escuridão. Na escuridão ele caia em pleno vazio, sem ver o chão ele sabia que se aproximara cada vez mais de algo, seu corpo começa a ficar cada vez mais leve de modo que ser corpo começa a perder a velocidade, descendo lentamente até seus pés tocar o chão, ainda era escuridão, não havia paredes, não havia teto, não havia chão, apenas o vazio e a escuridão.

- Então a morte é assim? O viajante se perguntou.

- A morte nada mais é que um recomeço.. Disse uma voz na escuridão que soava como sussurros de milhares de pessoas ao mesmo tempo.